Conduzido por sensações parei. Parei para pensar no que sentia. Senti que parei. Deixei de sentir...

segunda-feira, maio 03, 2010

Hoje sou eu que, vaso partido, já não me reponho na forma original...de Lavoisier apenas sobraram memórias de teorias perdidas em determinismos lavrados entre palmas de mãos sujas de terra quente...cuspo ao vento escárnios às entidades ausentes, omnipresentes nas consequências que me calcam os ombros...fraquejo, soçobro enterrando os braços em terra húmida e colhendo a semente de uma morte anunciada a dois...
Escrevi uma carta sem letras, porque da minha caneta sairam apenas fantasmas, odios apaixonados, paixoes utopicas que voam acima da esfera do real, pesadelos que apagaram as linhas das folhas e as deixaram brancas...
E’ a minha caneta muda que chora, e e’ a folha que a abraca sem saber o porque...

Tive que limpar o cerebro com a escova da indiferenca, limar a raiva com as entrelinhas, escritas entre sorrisos cumplices que me acaloravam a pele, em dias frios, aquecidos pela palavra, abraco de todos os sons que expelia em comunhao contigo...Para me manter vivo, mantive-te comigo, de maos cheias em cima do peito, para que do meu coracao nao se esvaisse o sentimento que me roubaste...roubei-te eu uma ideia que ja nao existia, e tu partiste, partiste-me o coracao, porque so assim podias ser livre...

Colhi memorias, cheirei-as, reguei-as, acariciei-lhes as petalas e conduzi-as onde a luz se apaga, porque estas crescem melhor em noites de lua gorda...

Com o peito dilacerado pela eterna escuridao, fugindo de uma folha que exige dialogo, caminho eu, rumo ao monologo mudo, surdo e cego com as maos cheias de ramos de memorias que vao perdendo as suas petalas…

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