Conduzido por sensações parei. Parei para pensar no que sentia. Senti que parei. Deixei de sentir...

quarta-feira, abril 14, 2004

Cipestres em chamas

caminho, cambaleando por entre ciprestes em chamas...
toco as folhas em cinzas, que asfixiam a vida, que cobrem o chão...
estas dissolvem-se e pintam destinos negros na pele seca da palma da minha mão...

observo o negrume que se esboça também nos meus olhos...observo a morte que asfixia e pinta o chão que piso...
e, enquanto me perco na minha perdição, ouço-a...ouço-a sem a compreender...abraçando as árvores, que ardem, sem ela o compreender...

vejo-a entre chamas...com olhos que sorriem...olhos de esperança...olhos que brincam com as mãos sujas, que entretanto ergo para a tocar...e desconhecendo os seus destinos e designios sigo-a...

caminhamos de mãos dadas...desconfortáveis com o amor...inseguros com a perene sensação que os sentimentos assumem...mas mesmo assim felizes com o breve momento... felizes com a sensação de que a felicidade pode existir...mesmo que ardendo algures entre os cipestres...


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