Conduzido por sensações parei. Parei para pensar no que sentia. Senti que parei. Deixei de sentir...

segunda-feira, outubro 25, 2004

Como pintar uma tela sem tinta? como tecer um bordado sem linha? como viver sem vida???

A moldura da raça humana é o corpo fútil que apodrece...os genes da imortalidade riem-se da casca seca e ignobil que cobre o corpo inútil e revigoram no tempo em gargalhadas intemporais...
O engodo do infinito traçado em linhas de vida engana o mortal que, morrendo, conhece o lado jocoso do conhecimento...e, algures perdido em limbicos e labirinticos corredores, alguém, que não interessa quem, calca o nada, supenso no espaço limitado pela vida e pela morte...

O nada, que se entretém a escrever as memórias em tinta amnésica, lida com a razoabilidade do infinito de sentimento anestesiando-o com a simples não-existência...

E, no dia em que o alguém, que não interessa quem, evaporou e foi engolido pela nuvem mais negra do esquecimento esperado, senti-me pesado pelo remorso...e, ao mesmo tempo, leve da responsabilidade de tentar perceber....de tentar tecer um bordado, de pintar uma tela, de viver...

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