Conduzido por sensações parei. Parei para pensar no que sentia. Senti que parei. Deixei de sentir...

segunda-feira, setembro 05, 2005

há bocado, abri a jaula do sorriso...
deixei-o elevar-se e transformar-se na gargalhada,
que me prendeu o siso...
depois, acedi e prometi latir aos gatos e miar aos pombos...
falar aos cactos e regar os troncos...

há bocado, esculpi claves de luz que iluminaram a música...
soprei tons de longos vestidos de notas com as suas túnicas...
calcei acordes e deixei os atacadores soltos...
e deambulei de forma única...

há bocado, caminhei pela estrada de espuma das ondas...
segui entre tochas acesas...
e cantei às conchas...
depois espreitei as profundezas...
e dancei com algas e nadei com lontras...

há bocado, abri embalagens de desejos frescos...
matei a fome com pauzinhos chineses...
suspirando por vezes...
depois, meti os olhos na maquina de lavar...
deixei-os torcer e contorcer...
virar e revirar...
lavados, deixei-os pingar as imagens que tinha guardado...

há bocado, decidi escrever as palavras que tu lês...
hesitei uma vez...
bem, talvez duas ou três...
a verdade é que se estás aqui é porque as vês...

Sem comentários:

Seguidores