Desenhei a cores de fogo no céu bafiento de tarde meia...
Pinceladas de ilusão...
Esperançado que o sonho caisse na minha longa teia...
ateei rastilhos de pinceis que se elevaram numa forte explosão...
artificios de luz e cor...
e muita confusão...
As vendas do sono tiraram-me a visão...
nove horas depois a lua pariu um sol...
e eu uma recordação...
que me prendeu a memória como um anzol...
Vi-a distintamente...
instintivamente...
ainda deitada...antes da partida lembrada...
e da palavra de adeus por ela soletrada...
a face iluminada...
espartilhada em telas...
que ela erguia na minha solidão...
era, pelos meus olhos, intimamente acariciada...
dobrei o desânimo em dois e e construí um avião...
deixei-me flutuar sem sabor...
até que o paladar me devolveu ambição...
o odor soprou a vertigem...
que se esvaiu pelas veias da minha perdição...
de olhos bem abertos, escondidos pelas pálpebras densas...
o sonho, de género masculino, ecoou no meu coração sinais de aterna feminilidade...
e as cores de fogo no céu bafiento de outra tarde meia...
eram a minha própria teia...
Conduzido por sensações parei. Parei para pensar no que sentia. Senti que parei. Deixei de sentir...
sexta-feira, outubro 21, 2005
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