Conduzido por sensações parei. Parei para pensar no que sentia. Senti que parei. Deixei de sentir...

terça-feira, novembro 23, 2010

Contracção dos pulmões, humidificação excessiva dos globos oculares, ruborização da face, coração galopante, pernas trémulas, cabelo electrizante, dedos dilatantes, unhas erectas, pelos eriçados, braços desmaiados, testa franzida sobre o nariz franzino, lábios encerrados tais pontes levadiças prontas para erguerem uma palavra...
ou um beijo suspenso, atento ao barco que é língua húmida, cruzando oceanos profundos tais como sentimentos vendidos em embrulhos de jornal, quentes como castanhas de São Martinho, embriagados em jerupiga...
a levante, buscando tumidificar a razão, sensaboriando memórias retratadas em estátuas de sal, dispostas no passado, carpindo esperanças para as semear num cabo cruzado pela Lusitania...
do ubíquo retirei a invisibilidade outrora indivisivel e, sem o pudor da observação, cheirei, vi, toquei e senti, lambi e saboreei, dirimi-a no seu aspecto curvo, forma pairante suspensa no ponto final, aberto agora a reticências...
paixão sem oxigénio, vasos sanguíneos sem flor, sonho que é ácido vertido no diálogo, poema raso passado a ferro de engomar que é fogo aceso, palavras são labaredas, borrachas de reprodução, ausentando-as de ser...
elevando-as, por serem mais leves que a alma, a nuvens que são patamares de evolução moral, escondendo Prometeus das aves do Restelo, obliterando sorriso das crianças de um mundo pré-espacial, onde e quando pianos alados eram e música mensagem fora...

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