Contracção dos pulmões, humidificação excessiva dos globos oculares, ruborização da face, coração galopante, pernas trémulas, cabelo electrizante, dedos dilatantes, unhas erectas, pelos eriçados, braços desmaiados, testa franzida sobre o nariz franzino, lábios encerrados tais pontes levadiças prontas para erguerem uma palavra...
ou um beijo suspenso, atento ao barco que é língua húmida, cruzando oceanos profundos tais como sentimentos vendidos em embrulhos de jornal, quentes como castanhas de São Martinho, embriagados em jerupiga...
a levante, buscando tumidificar a razão, sensaboriando memórias retratadas em estátuas de sal, dispostas no passado, carpindo esperanças para as semear num cabo cruzado pela Lusitania...
do ubíquo retirei a invisibilidade outrora indivisivel e, sem o pudor da observação, cheirei, vi, toquei e senti, lambi e saboreei, dirimi-a no seu aspecto curvo, forma pairante suspensa no ponto final, aberto agora a reticências...
paixão sem oxigénio, vasos sanguíneos sem flor, sonho que é ácido vertido no diálogo, poema raso passado a ferro de engomar que é fogo aceso, palavras são labaredas, borrachas de reprodução, ausentando-as de ser...
elevando-as, por serem mais leves que a alma, a nuvens que são patamares de evolução moral, escondendo Prometeus das aves do Restelo, obliterando sorriso das crianças de um mundo pré-espacial, onde e quando pianos alados eram e música mensagem fora...
Conduzido por sensações parei. Parei para pensar no que sentia. Senti que parei. Deixei de sentir...
terça-feira, novembro 23, 2010
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