Conduzido por sensações parei. Parei para pensar no que sentia. Senti que parei. Deixei de sentir...

sexta-feira, dezembro 22, 2006

Esta minha imagem não sou eu...
o espelho mente-me...
ilude-me, traçando com o vapor as brumas das lembranças esquecidas...
o que vejo são partículas de cor, que derretem numa mescla de escuridão...
e o que vejo são mosaicos, que embrulham o quadro contemplado pelos seres sem rosto...sentimentos que escorrem na frieza do objecto usurpador da verdade, perdendo-se no ralo anestésico...
Esta imagem, que corgita o alimento da alma, é o rumor dos caminhos alegremente não percorridos...tristemente esboçados pela vontade...
e o espelho prende-me...
molda os meus gestos, guia-me os membros e usurpa-me a vontade...
controla-me, gerindo os meus movimentos com os cordeis da resignação...
o que vejo são as imagens por ele projectadas...numa eterna mas falsa felicidade...
e o que vejo é a moldura, de um quadro inacabado, escrever numa exclamação as reticências da minha existência...

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