Conduzido por sensações parei. Parei para pensar no que sentia. Senti que parei. Deixei de sentir...

sábado, setembro 11, 2004

Despertar

Num dia brusco, esquecido pela luz, trespassado pelo momento breve e recortado da vida eu vi o veado negro no alto da colina. A lua, timidamente picotada e colada algures à moldura deste quadro, desenhava a imagem gélida de uma noite sem tempo. Desenhava o perfil congelado das imponentes hastes, que se erguiam do corpo imóvel retido pela memória.

Num dia brusco, de cenário fixamente melancolico, corrompido pela pouca luz derivada do meu pequeno quarto eu vi o veado negro que me observava. As hastes cresciam na escuridão criando-lhe o nome de luz. A melancolia ganhava veias de luz e o quadro perdia a homogeneidade limpa da sobriedade negra.

Num dia brusco, expurgado da amnésia de vida, esquecido da morte temporal, eu vi o veado ainda imóvel, ornamentado agora de luz. Observei as veias de vida saciadas de conhecimento e chamei-lhe....despertar.

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