Conduzido por sensações parei. Parei para pensar no que sentia. Senti que parei. Deixei de sentir...

sexta-feira, janeiro 09, 2004

A colina e a Lua

uma colina ao longe...
consigo vê-la com alguma dificuldade, pela transparência do meu cortinado velho...
o livro, que tenho aberto encostado ao peito, enquanto o meu corpo preguiçoso se anicha no sofá confortável do meu quarto, protesta pelas palavras que não foram lidas...mas as minhas pálpebras desculpam-se com o cansaço, e os meus olhos com a necessidade de imaginar essas mesma palavras escritas numa colina algures...algures por detrás do cortinado...
lá fora, um mocho convida-me a dar o passo para o sonho...para o real imaginado...para as palavras escritas em livros de fantasia...e deixo-me levar aos poucos , contemplando uma lua que vai perdendo luz com o fechar dos meus olhos...
o som do uivo das árvores lá fora exprime essas mesmas palavras, que vou decifrando, enquanto me deixo transportar...
mais uma vez, abro os olhos contra a vontade das minhas pálpebras e consigo ver de novo a colina...mas agora dourada, e a lua...agora sem cor...uma lua que derramou todo o seu mel, tal qual recipiente, sobre uma colina sedenta de luz...

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